domingo, 11 de maio de 2014

Faça o jejum certo (Isaías 58.6-7)

abrigar o pobre, ajudar o próximo, partilhar o pão, vestir o nu
Devocional de 11/05/2014.

“O jejum que desejo não é este: soltar as correntes da injustiça, desatar as cordas do jugo, pôr em liberdade os oprimidos e romper todo jugo? Não é partilhar sua comida com o faminto, abrigar o pobre desamparado, vestir o nu que você encontrou, e não recusar ajuda ao próximo?" (Isaías 58.6-7)

Direto ao ponto: É incrível como nós, cristãos, tantas vezes temos a capacidade de ritualizar a Fé que Deus já nos mostrou tantas vezes ser algo tão simples e prático! O texto de Isaías 58, que fala sobre o jejum que agrada a Deus, é um tapa na cara da nossa religiosidade vazia, da triste hipocrisia tão intensamente irrigada em nossa vida!

Deus não quer nosso sacrifício. Seja na forma de longos ritos, seja pelo pagamento de promessas ou pela abstenção de alimentos, o Senhor não está preocupado com isto. Ele apenas quer que o obedeçamos, que coloquemos em prática as boas obras decorrentes da nossa Fé. Ele espera que amemos uns aos outros e sejamos capazes de dar a nossa vida em favor dos outros, especialmente daqueles que mais sofrem, dos injustiçados, dos famintos, dos oprimidos, dos pobres... Qualquer prática religiosa que não tenha como motivação e consequência o amor a Deus e o amor ao próximo deve ser desprezada.

Quantas reuniões, encontros, ensaios, ajuntamentos, "cultos" e células são realizados rotineiramente sem que se faça nada em favor de alguém e, por conseguinte, sem a presença de Deus? Quantas igrejas reúnem indivíduos debaixo do mesmo teto sem promover qualquer tipo de comunhão entre eles? Quantos necessitados (de esperança, de amor, de paz, de consolo, de abrigo, de educação, de saúde, de segurança, de ânimo e de amor) entram e saem dos templos cristãos sem que ninguém se importe?

As correntes da injustiça dominam a sociedade em que vivemos, mas poucas vezes agimos como sal da terra para soltá-las. As cordas do jugo estão prendendo os explorados cidadãos de nosso país, mas além de não desatá-las a maioria de nós sequer as reconhece. Como bois, as pessoas estão presas em jugos com outras pessoas que as levam para o buraco, mas nós geralmente não nos envolvemos e não provocam os o rompimento desse jugo. Os oprimidos seguem presos em suas vidas de pecado, vício, doença e injustiça, mas nós muitas vezes passamos diante deles e não os libertamos.

O jejum que Deus espera que façamos tem ficado para trás muito mais frequentemente do que possamos imaginar... Enquanto curtimos nossos shows gospel, e nos banqueteamos com nossas festas, o faminto continua sem comida, o pobre continua desamparado, o nu sem roupas e o próximo sem ajuda. A maioria das igrejas realiza pouca ou nenhuma assistência social sistemática e constante. Imagine uma reportagem assim: "Evangélicos fazem a diferença em momentos de tragédia":

http://t.co/9AJeqr84h6

Mas, ao contrário, continua sendo verdadeira a profecia que diz

"As sentinelas de Israel estão cegas e não têm conhecimento; todas elas são como cães mudos, incapazes de latir. Deitam-se e sonham; só querem dormir. São cães devoradores, insaciáveis. São pastores sem entendimento; todos seguem seu próprio caminho, cada um procura vantagem própria. 'Venham', cada um grita, 'tragam-me vinho! Bebamos nossa dose de bebida fermentada, que amanhã será como hoje, e até muito melhor!' " (Isaías 56:10-12).

Já passou da hora de todo aquele que se chama pelo nome de Cristo criar vergonha na cara e trocar o "amanhã será bem melhor, teremos mais prata e mais ouro!" pelo "não tenho prata nem ouro, mas o que eu tenho, isto lhe dou!" (Atos 3.6). Em meio à injustiça, Deus abomina nossos cânticos, nossas reuniões, nossos jejuns, orações e sacrifícios (Isaías 1.11). Não há mais tempo para brincadeira. Basta!

Mas, na prática, como devemos fazer para espantar a religiosidade hipócrita e praticar a verdadeira religião que agrada a Deus (Tiago 1.27)

Antes de mais nada, é preciso querer. Tem que ter sede, desejar... Deus está chamando aqueles que têm sede. Deus nos convida a ir até ele, escutá-lo e se deliciar nele, ao invés de gastar tempo e dinheiro naquilo que não satisfaz. Ele quer estabelecer uma nova aliança, um novo pacto conosco (Isaías 55.1-3). Se buscarmos o Senhor de todo o coração, ele nos dará o seu esplendor e fará de nós líderes e governantes dos povos (Isaías 55.4-6). E se abandonarmos o nosso mau caminho e nos voltarmos para Deus, ele terá misericórdia de nós e perdoará os nossos pecados (Isaías 55.7). 

Portanto, se eu e você somos sepulcros caiados, bonitos por fora mas imundos por dentro (Mateus 23.27), se somos como alguém que se lava na água mas não se batiza em Deus, que come do pão mas não discerne o Corpo de Cristo, que deixa de comer mas não faz o jejum que Deus agrada, que canta da boca pra fora mas o coração está longe de Deus, que usa máscaras lindas diante dos homens mas não é sincero diante de Deus... se nos encontramos como raça das víboras, falsos, religiosos e hipócritas... devemos entender o que diz Isaías 59:

O braço do Senhor não está curto, e o ouvido do Senhor não está surdo. Mas Deus não nos ouve porque os nossos pecados nos separam de Deus, e as nossas maldades ocultam o seu rosto. Temos sangue nas mãos, culpa nos dedos, mentiras nos lábios e palavras ímpias na língua. Não buscamos a justiça e não defendemos a integridade. Apoiamo-nos em argumentos vazios e geramos a iniquidade. Nossas obras são más e os nossos atos são violentos. Nossos pés correm para o mal porque nossos pensamentos são maus. Nossos caminhos são tortuosos, buscando a claridade, mas só encontramos sombras densas. Estamos em trevas, porque a justiça está longe de nós, e a retidão anda distante, pois são muitas as nossas transgressões. Por isso não há lugar para a verdade, a justiça e a honestidade. Não há amor ao próximo, nem intercessão por ele... Eis que o Senhor virá como um Tsunami! E derramará o Santo Espírito sobre aquele que se arrepender de seus pecados e abandoná-los... feliz aquele que permanecer firme, zelar pela justiça e pela prática do que é direito. 

O jejum que agrada a Deus é liderar e influenciar para o bem. É defender a ética e a virtude. É condenar a corrupção e a maldade. É valorizar o que Deus valoriza e odiar o que ele despreza. É direcionar as atitudes e comportamentos de modo a glorificar a Deus e amar o próximo, especialmente o mais fraco. Que Deus nos abençoe e nos permita mudar de vida e fazer o jejum certo!

Graça e Paz!

blogdopastortulio.blogspot.com.br

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