sábado, 31 de maio de 2014

MENE MENE TEQUEL PARSIM (Daniel 5.25) - para teatro

foste pesado e achado rm falta, foste medido duas vezes
Devocional de 31/05/2014.

“Esta é a inscrição que foi feita: MENE, MENE, TEQUEL, PARSIM." (Daniel 5.25)

Todos em festa. Gente bonita. Música alta. Dança e espetáculo. Comida boa. Novas amizades. Negócios firmados. Sorrisos e flashes. Redes sociais bombando...

De repente tudo para. Escuridão. Silêncio. Uma mão surge do nada e os dedos escrevem com sangue quatro palavras sobre uma parede iluminada. MENE MENE TEQUEL PARSIM. A mão vai embora. A parede escurece, mas as quatro palavras continuam lá, e embora ninguém saiba o que significam, aterrorizam as mentes de todos.

Autoridades, tradutores, mestres, sábios, videntes, astrólogos, arqueólogos, místicos... Todos são consultados e ninguém consegue explicar de modo convincente o que significava aquilo.

Uma sábia senhora alerta a todos que havia um profeta na cidade, um servo do Senhor Eterno, que era capaz de decifrar sonhos. Ele era chato, foi isolado depois de mandar o último chefe de Estado pastar. Mas certamente ele teria a resposta.

Trouxeram o profeta. Ele rejeitou quaisquer presentes e retribuições financeiras pela revelação que traria. E explicou:

MENE MENE TEQUEL PARSIM

É uma mensagem de Deus pra você:

MENE MENE - Você foi medido duas vezes. Todos os fios do seu cabelo foram contados. Os anjos de Deus anotaram todos os seus passos, todas as suas atitude e também todas as suas palavras. MENE MENE significa que você vai ter de prestar contas de cada palavra, cada ação, cada silêncio e cada omissão em sua vida. O Todo-Poderoso Deus Onipresente filmou tudo e nada deixará oculto, mas tudo revelará.

TEQUEL - Você foi pesado na balança e seu peso foi reprovado. Sua ficha está suja. Seu filme está queimado nas gravações celestiais. Suas falhas são muito contundentes. Muitas de suas atitudes são reprováveis e muitas de suas palavras são tolas. Sua falta de reação diante da injustiça e o seu silêncio diante da exploração também tornam você um cúmplice da maldade que o cerca. Satanás, o seu adversário, está diante de Deus com uma lista enorme de acusações contra você. Você tem agido como tolo, e sua religião não pode lhe justificar.

PARSIM - Você perdeu, meu caro e minha cara... Você já era! A casa caiu. A sua bela babilônia caiu e tudo que você considera como seu será entregue a outro(a). Você está condenado(a) à morte e não há nada que você possa fazer para mudar isso, pois o tempo acabou. É o fim. Os seus dias acabaram e o que você julga que tem será dividido. Sua religiosidade é apenas uma crendice inútil, pois Jesus não é o Senhor sobre sua vida. Suas ações passadas serão apenas lembrança na memória daqueles que conviveram com você, e os seus sonhos e planos futuros serão enterrados junto com o seu corpo."

O profeta vira as costas e sai. As luzes se acendem. A música volta à toda. O garçon passa servindo. As pessoas voltam a conversar como se nada tivesse acontecido. As letras somem da parede como se estivessem sido escritas na areia soprada pelo vento.

Vida que segue... Deve ter sido apenas imaginação - pensou o convidado. Uma mão não poderia aparecer do nada e começar a escrever. Um profeta antiquado não surgiria assim e sairia de cena em seguida. Mesmo que ele fosse real, não passaria de mais um fundamentalista fanático. E além do mais, se Deus é amor, ele não deve condenar ninguém, pois ele quer o nosso bem e não o nosso mal. E se fizemos o mal, Jesus morreu para nos perdoar, não é mesmo? Portanto, comamos e bebamos porque amanhã morreremos... Mesmo se um dia houver apocalipse, a babilônia continuará animada, poderosa e desejada até lá...

O convidado se serviu e continuou festejando.

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