sábado, 22 de fevereiro de 2014

Idolatria Evangélica (2 Reis 1.3)

1 Reis 1.3, Baal-Zebube, Acaso não há Deus em Israel?
Devocional de 22/02/2014.

Mas o anjo do Senhor disse a Elias, o tisbita: Levanta-te, sobe para te encontrares com os mensageiros do rei de Samaria, e dize-lhes: Porventura não há Deus em Israel, para irdes consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom? (2 Reis 1.3)

Não seria exagero se o trecho entre o final de 1 Reis e o início de 2 Reis fosse chamado de 1 e 2 Profetas, ou algo assim. Os reis de Israel, afastados da vontade do Senhor, eram meros coadjuvantes nessa narrativa dos atos de Deus na história de Israel.

Acazias, o substituto de Acabe, era um desses. Ferido por um acidente caseiro em seu próprio quarto, ficou com medo de morrer e ao invés de buscar o Deus de Israel, enviou mensageiros para consultar Baal, em Ecrom. O profeta Elias foi avisado disso pelo anjo do Senhor, e recebeu ordens expressas para repreender Acazias. Elias obedeceu sem pestanejar e mandou os mensageiros de Acazias perguntarem a ele: "Acaso não há Deus em Israel?". Acazias não se arrependeu e morreu com apenas dois anos de reinado.

Esta pergunta de Elias nasceu no coração de Deus. É uma expressão do ciúme de Javé em relação ao seu povo, ciúme este que lhe incendeia o coração toda vez que seu povo troca a riqueza do seu eterno amor pelo engano da prostituição com falsos deuses. A idolatria - essa busca por outros deuses - é vista pelo Senhor como adultério e prostituição espiritual.

O Israel de Deus hoje é a Igreja. Quando o Messias foi rejeitado pelos judeus, o Senhor estabeleceu através dele uma Nova Aliança com os discípulos de Cristo, que foram agregados pelo ensino dos apóstolos, pela comunhão, pelo partir do pão e pelas orações, formando a Igreja de Jesus na terra. Porém, muitos erros cometidos por Israel em sua história são ainda repetidos pela Igreja hoje. O maior deles é a idolatria.

O cristão é idólatra quando deixa de confiar em Jesus e consulta outro "deus" para resolver seus problemas. Os "deuses" preferidos dos cristãos para cometer idolatria são outros cristãos, chamados "santos". Mas há muitos outros "deuses" idolatrados em nossos dias.

A idolatria mais conhecida é aquela cometida com os "santos" formalizados pela Igreja Católica Romana. Deus fica indignado ao se dar em acesso livre e direto e mesmo assim ver muitos dos que creem fazendo orações para Pedro, João, Expedito, Judas Tadeu, Luzia, Ana ou Maria em todas as suas formas de "nossa senhora xyz". Sendo eu um cristão nascido e convertido a Cristo dentro da Igreja Católica, oro muito pelos católicos, para que eles abandonem o "panteão" e se curvem ao único e verdadeiro Deus.

A idolatria evangélica é pior que a idolatria católica, porque é mascarada, disfarçada, oculta, e passa desapercebida por enorme número de evangélicos. É sério o que vou dizer: Um grande número de evangélicos brasileiros hoje está adorando, louvando, cantando, dançando, dizimando, ofertando, orando, clamando e buscando um "deus" que não é o Deus de Israel. Ainda que esse falso "deus" receba o nome de "Jesus", "Espírito Santo" e "Deus Pai", a nomenclatura certa não livra ninguém de adorar o deus errado. É como os católicos fazem quando idolatram o "Divino Espírito Santo" ou o "Nosso Senhor Jesus do Bonfim", ou o "Santíssimo Sacramento do Corpo de Cristo", por exemplo.

Dura é esta palavra, mas ouça: Em muitos casos, o "deus dos evangélicos" nada mais é do que um deus criado pela mente carnal dos crentes: um deus dócil, inofensivo, pacato, domesticado, imediatista, fraco, covarde, indiferente, tolerante ao pecado, que não julga ninguém e que não traz em si a santidade e o caráter do Eterno Deus Todo-Poderoso.

"Acaso não há Deus em Israel?" é a pergunta. Por que cargas d'água então você precisa inventar para si mesma, geração idólatra, um deus que não é o Deus da Bíblia? Por que não se rende ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó, o Senhor dos Exércitos, o Eterno, o Deus de Israel, o Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade e Príncipe da Paz, o Pastor e Bispo de nossas almas, o Rei da Glória, o Grande Senhor, o Altíssimo, o Soberano, o Justo e Santo Deus? Ele é Amor e Ira. Ele é Perdão e Vingança. Ele é Paz e Guerra. Ele é Princípio e Fim. Ele é! 

O deusinho evangélico, ao contrário, é medíocre: é um ídolo feito não por mãos, mas por corações carnais. Esse deus tem nome bíblico mas tem caráter pagão. A exemplo de Baal e dos deuses pagãos das nações idólatras que o Senhor mandou destruir, ele recompensa aquele que o busca para obter mais dinheiro, mais conforto, mais status, mais poder, mais fama, mais prazer e mais aceitação. Diferente do Senhor Jesus Cristo, esse deusinho não interfere na cultura do indivíduo e do seu povo, no seu jeito de fazer negócios, de pagar impostos, de namorar, de se casar, de se vestir, de se divertir, de cultuar e até de amar.

O deusinho evangélico quer que você ame as pessoas como se não houvesse amanhã, mas o Senhor Jesus ordena que você ame o próximo como Ele te amou. O deusinho evangélico quer que você faça disfarçadamente um culto a si mesmo fazendo um uso vão do nome de Cristo, mas o Deus da Bíblia manda que você o adore em Espírito e em Verdade com toda a sua alma, força, coração e entendimento. O deusinho dos crentes quer que você se divirta, brinque, curta e e se sinta bem, mas o Senhor dos senhores te chama a orar, vigiar, lutar, perseverar, resistir, sofrer e passar todo tipo de necessidade ou fartura por amor a Ele. O falso deus gospel deseja que você se vista como todo mundo se veste e se pareça com todo mundo para "ganhar todo mundo" (pra quem?), mas o Rei dos reis te manda rasgar as vestes, vestir saco, colocar cinzas na cabeça e chorar por si mesmo e pela sua nação. O fraco deus carnal quer que você fique, namore e se case como todo mundo e com todo mundo, se entregando ao prazer, mas o Santíssimo e Eterno Deus manda que você seja fiel ao seu cônjuge e seja uma só carne com ele(a). O baalzinho criado pela mente religiosa espera que você compre, venda, alugue, sonegue e tire vantagens dos outros em seus negócios e sempre se dê bem, afinal, ele está te abençoando! mas o Justo e Bendito Deus de Israel não aceita que você finte ninguém muito menos o governo, nem se aproveite da fraqueza dos outros, nem mesmo com juros indevidos, antes seja correto e irrepreensível em suas práticas comerciais, e enxergue o dinheiro como um meio para adquirir as coisas, não como um outro deus mamom a ser idolatrado.

É a sua cultura, aquilo que você faz no dia a dia que definem quem é o deus que você busca, e não o nome que você dá a esse deus ou à igreja aonde você vai de vez em quando. Orar em nome de Jesus não significa pedir o que você quer para a sua própria perdição e no final da frase anexar a senha "em nome de Jesus". Não! É preciso viver no Espírito e andar como Ele andou! 

A idolatria evangélica cria para si um falso deus toda vez que se justifica sem arrependimento, que adora sem se consertar com o irmão, que oferta ou dizima para receber algo em troca, que vive uma vida sem discernimento de pecado. Podem não chamar este deus de Baal-Zebube, mas é um deus falso que não é o Deus de Israel.

Que você acorde e saiba que há Deus em Israel, e Ele ordena que você adore somente a Ele!

Graça e Paz!

blogdopastortulio.blogspot.com.br

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