segunda-feira, 2 de junho de 2014

Pecados? (Oséias 14.1-2)

Volte ó Israel para o Senhor seu Deus, Seus pecados causaram a sua queda

Devocional de 03/06/2014.

"Volte, ó Israel, para o Senhor, para o seu Deus. Seus pecados causaram sua queda!
Preparem o que vão dizer e voltem para o Senhor. Peçam-lhe: "Perdoa todos os nossos pecados e, por misericórdia, recebe-nos, para que te ofereçamos o fruto dos nossos lábios." (Oséias 14.1-2)


Pecados? Quando foi a última vez que você chorou diante de Deus pedindo perdão por seus pecados?

O povo de Deus é chamado ao arrependimento e à conversão. É preciso ter consciência de que o pecado é uma ofensa ao Deus Eterno e, portanto, é algo muito sério.

Muitos vivem como se o pecado não existisse. Parece algo que ficou pra trás, que não faz parte da vida, especialmente daqueles que frequentam uma igreja. É paradoxal, mas a palavra "pecado" não tem ocupado as "palestras" nas nossas igrejas. Os "sermões" estão sumindo, e cada vez mais vêm dando lugar a engraçados e atraentes "stand up gospel comedies". Ainda que a presença de Deus seja invocada, mesmo que parte do Evangelho seja pregado, a Igreja do Senho tem evitado toda mensagem que possa causar qualquer tipo de perplexidade ou constrangimento às pessoas.

Por que o Evangelho da Cruz, do arrependimento, que necessidade de abandono do pecado e da chamada à conversão anda meio esquecido? Por que os profetas andam tão calados? Por que cada vez mais o divórcio, o adultério, a prostituição, a pornografia, a homossexualidade, o egoísmo, o materialismo, a avareza, a soberba, a inveja, a embriaguez, a desobediência, a divisão em facções religiosas, a falta de submissão, o descaso, a inversão de valores e coisas semelhantes estão se tornando cada vez mais aceitas pelos cristãos? Por que os textos bíblicos escolhidos pelos pregadores não falam nisso? Por que as nossas canções de louvor a Deus não falam sobre o pecado e a queda do homem? Por que mesmo tendo sido nosso Senhor tão didático ao nos deixar o Batismo e a Ceia como celebrações que falam tão claramente sobre a necessidade de morte, ainda insistimos em não confrontar o nosso pecado e em não mortificar os nossos desejos impuros?

A resposta certamente é um tanto complexa, e exigiria um amplo estudo da cultura pós-moderna, da história da Igreja e da cultura brasileira. Mas se eu puder ser um pouco simplista e resumir o nosso problema em poucas palavras, eu diria que não temos chorado por nossos pecados diante de Deus porque não temos compreendido o quanto eles são ruins e não temos sido confrontados por eles. Não temos sido profeticamente confrontados porque temos dado pouco espaço a isto na Igreja do Senhor. Não temos priorizado o ministério profético nas igrejas porque temos priorizado a quantidade de pessoas em detrimento da qualidade. E temos preferido manter grande número de pessoas a qualquer custo porque achamos que isto é o certo, que quanto mais gente mais dinheiro, e quanto mais dinheiro mais conforto e mais templos, e quanto mais conforto e mais templos mais gente, e o ciclo gira de novo... E avaliamos erroneamente que se o "movimento" cresce deve ser porque "Deus está abençoando" e estamos no caminho certo, pois mais gente está sendo "salva"... E assim o Evangelho "sem pecado" vai se disseminando e crescendo... Assim líderes carismáticos com dotes artísticos e boa eloquência encontram cada vez mais espaço... E assim o Brasil vai se tornando um país cada vez mais evangélico, mas cada vez menos cristão.

A raiz do mal, a causa do problema, certamente está ligada ao amor ao dinheiro por parte dos líderes cristãos. A terrível situação de injustiça e iniquidade que domina o nosso país certamente está associada à permissividade e à falta de referência que experimentamos quando nossos anciãos não pregam a Palavra, não aconselham, não ensinam, não cuidam e não dão exemplo. O brasileiro é corrupto e desonesto: os cristãos brasileiros também são. O brasileiro é promíscuo e imoral: os cristãos brasileiros também são. O brasileiro é materialista, supersticioso e idólatra: os cristãos brasileiros também são. O brasileiro é social-politicamente ignorante e futebolisticamente fanático: os cristãos brasileiros também são.

A Igreja de Cristo no Brasil segue preocupada em construir mega-templos, promover mega-shows, envolver mega-número de células, atrair mega-número de gente e arrecadar mega-dízimos e mega-ofertas enquanto faz crescer o número de frequentadores. Mas ela se esquece que na mesma velocidade - se não maior - está gerando também um mega-número de "desigrejados" que se frustram em pouco tempo e se vacinam contra o Evangelho, tornando-se muito mais difíceis de ser alcançados.

O que fazer então? Como mudar isso?

"Volte, ó Israel, para o Senhor, para o seu Deus. Seus pecados causaram sua queda!
Preparem o que vão dizer e voltem para o Senhor. Peçam-lhe: "Perdoa todos os nossos pecados e, por misericórdia, recebe-nos, para que te ofereçamos o fruto dos nossos lábios." (Oséias 14.1-2)


Deus é Santo, e por isso ele não pode conviver com o pecado. Para que ele manifeste a sua glória e estabeleça o seu Reino, a primeira coisa que ele vai fazer é confrontar o pecado. É mais fácil que Deus faça o que ele quer fazer através de dez pecadores arrependidos do que através de dez milhões de crentes sem noção de pecado e arrependimento.

Não temos outra saída senão nos arrependermos e nos convertermos ao Senhor. Temos que buscá-lo de todo o coração e sinceridade. Temos que confessar a inércia espiritual na qual caímos, escravizados que estamos pelo sistema religioso atual. Enquanto nós pastores e ministros de louvor não subirmos aos púlpitos para confessar nossos pecados, enquanto não conseguirmos nos reunir e orar sem música, enquanto não transformarmos nossos lares em igrejas para a nossa família, enquanto não transformarmos o culto em uma reunião sem preocupação com arrecadação de dízimos e ofertas, enquanto não transformarmos nossos templos em lugar de refúgio e casa de oração para todos os povos em todas as horas, enquanto não frequentarmos com alegria as igrejas uns dos outros, enquanto não nos juntarmos para abrigar os sem-teto, acolher os sem-família, alimentar os sem-pão e orientar os sem-juízo, não veremos o tal avivamento tão esperado, e não viveremos a presença de Deus em nosso meio.

Que o Espírito de Deus tenha lugar entre nós, e nos convença a respeito do pecado, da justiça e do juízo.

Graça e Paz!

blogdopastortulio.blogspot.com.br 

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