"Moisés inspecionou a obra e viu que tinham feito tudo como o Senhor tinha ordenado. Então Moisés os abençoou." (Êxodo 39.43)
A obra do Senhor na terra é feita com participação humana. (Salmo 115.16)
Ele usa nossas habilidades e talentos, nossa inteligência e criatividade, nosso esforço e dedicação para realizar o seu propósito. (Êxodo 36.1)
Foi assim na confecção do Tabernáculo em Êxodo. É assim na construção do Reino de Deus sobre a terra (Efésios 4.16).
Se há participação humana, é possível que haja falhas. (1 Coríntios 13.9). Por isso, mesmo na obra que o homem faz para Deus, é necessário que haja inspeção, a fim de que se avalie se as coisas estão sendo feitas conforme o plano de Deus (Êxodo 39.43). De modo que ninguém, em nome de Deus, deve se colocar como sendo livre de falhas (Romanos 3.23).
Assim sendo, o Espírito de Deus constituiu supervisores (bispos) para cuidar do povo de Deus assim como um pastor cuida de um rebanho de ovelhas (Atos 20.28). Eles são designados para ensinar os discípulos de Cristo a obedecer os seus ensinamentos (Mateus 28.20)
Nesse intuito, o obreiro-supervisor deve pregar a palavra, repreender, corrigir e exortar, com toda a paciência e doutrina (2 Timóteo 4.2). Esse trabalho deve ser feito por livre vontade e desejo de servir, e não por obrigação e ganância, pois os discípulos são de Cristo, e não do supervisor (1 Pedro 5.2). Ele zela pela vida dos seus supervisionados como alguém que há de prestar contas dessas vidas (Hebreus 13.17).
É por causa dessa responsabilidade que o líder espiritual é revestido de autoridade (Tito 2.15). O pastor (bispo, presbítero, supervisor) supervisiona um grupo de discípulos de Jesus (igreja) a fim de abençoá-los, como Moisés, através da verificação de que eles estão fazendo tudo conforme o Senhor tem ordenado (Êxodo 39.43).
Essa inspeção não tem nada a ver com intromissão, mas aonde há o Espírito de Deus aí há liberdade (2 Coríntios 3.17). A liberdade na igreja de Cristo gera comunhão entre discípulos e discipuladores, o que por sua vez gera comunhão com Deus (1 João 1.3)
Não são poucos os que encontram dificuldade em se abrir, pois falta liberdade para expor os "buracos" e as falhas da obra que está sendo construída. Mas a Bíblia nos incentiva a mostrar as falhas e orar para que sejam saradas (Tiago 5.16). Esta falta de comunhão às vezes ocorre por dificuldade natural do discípulo, mas também ocorre por omissão do supervisor, que não age como bom pastor, mas como mercenário (João 10.12)
Maldito é o pastor que só cuida de si mesmo e não apascenta o rebanho que lhe foi confiado (Ezequiel 34.2). Que Deus nos abençoe de modo que em nosso meio se levantem pastores de verdade, trabalhadores para a seara (Mateus 9.38), pois embora a necessidade seja grande, há poucos trabalhadores verdadeiros na obra de Deus (Mateus 9.37), e as pessoas têm preferido ajuntar para si mesmos mestres que lhes digam o que querem ouvir, ao invés de discipuladores que lhes preguem a sã doutrina. (2 Timóteo 4.3)
Que Deus levante entre nós inspetores de vida, spiritual trainners, discipuladores de Cristo que preguem o que vivem e vivam o que pregam (1 Coríntios 11.1). Homens e mulheres capazes de ouvir a voz de Deus e responder: "Eis-me aqui!" (Êxodo 3.4). Eu quero ser um desses! Que a Sua graça seja conosco. Amém (1 Tessalonicenses 5.28).
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