"Três vezes por ano vocês me celebrarão festa." (Êxodo 23.14)
Nossa geração é uma geração festeira.
Toda sexta há um frisson pelos eventos formais ou informais que se sucederão da noite de sexta até a noite de domingo. Ao longo do ano temos diversos feriados, que temos o costume de "emendar", realizando viagens ou saidinhas para descansarmos e desfrutarmos de um bom descanso com as pessoas que mais amamos. Além disso, a maioria de nós também reserva um ou dois períodos anuais para gozar férias das nossas atividades regulares.
Tudo isso é bom. Festejamos o ano que tivemos no natal, celebramos a esperança no ano novo, curtimos as vitórias do nosso time preferido, comemoramos aniversários, casamentos, bodas, nascimento de filhos, e diversos outros marcos em nossas vidas. É natural e aconselhável que todos nós tenhamos nossas celebrações e descansos.
Porém mais importando do que celebrarmos nossa vida é celebrarmos ao Senhor. Então precisamos refletir: Temos celebrado Festa ao Senhor, como Ele ordena a todas as pessoas? (Êxodo 23.17)
Alguns de nós vive tão somente uma relação individual com Deus e sequer vai a uma igreja para celebrar a Deus de alguma forma e com alguma frequência. Outros até se julgam cristãos e frequentam alguma igreja. Mas a dúvida permanece: Será que nossos eventos religiosos são Festas para o Senhor ou mais algumas festas para nós mesmos? (Isaías 1.14; Amós 5.21)
Se Jesus visitasse pessoalmente nossos "cultos" ou "missas", ele se alegraria ao encontrar uma "Casa de Oração para Todas as Nações" ou derrubaria tudo ao ver mais um covil de ladrões onde se come e se bebe, onde se compra e se vende? (Marcos 11.15-17)
Não podemos tapar o sol com a peneira. Precisamos avaliar a Festa como um todo, e não somente a intenção individual no coração de cada um. Precisamos entender os reais motivos que provocam a realização de nossos eventos "cristãos" a fim de entender se estamos nos enganando a nós mesmos, ou se estamos realmente promovendo uma Festa para Deus.
Acredito que uma Festa para Deus terá algumas características marcantes e inegáveis. A presença do próprio Deus certamente é a principal delas, pois ninguém pode festejar alguém se esse alguém não estiver presente. Penso que Temor, Alegria e Inclusão são algumas dessas características.
1) Temor
Quando Deus está presente, aqueles que estão na sua presença terão Temor (Atos 2.43). Os israelitas tremeram ao pé do monte quando o Senhor manifestou sua presença com uma nuvem de glória e com fogo consumidor (Êxodo 24.15-18).
Não pode ser para o Senhor uma festa ou um culto aonde o temor de Deus não se manifesta na vida dos participantes. Podem chamar de show gospel, encontro entre amigos, culto dominical ou o nome que quiserem, mas somente será uma festa para o Senhor se Ele estiver presente, temido, e isto provocar nas pessoas ali: transformação de vidas, renovação de mentes, obediência à Palavra de Deus, orações proféticas e amor intenso e prático uns aos outros.
2) Alegria
Além do temor pela presença de Deus, podemos perceber se uma Festa é para o Senhor se as pessoas ali se bastam a si mesmas, ou se entregam presentes a Deus. Ninguém pode se apresentar numa festa dessas de mãos vazias (Êxodo 23.15).
Em uma Festa para o Senhor, os convidados não podem ser mal educados, deixando de levar algo. E também não devem ser mesquinhos e sem-temor, entregando um presente com segundas intenções, ou por obrigação e com tristeza. Deus aceita presentes de quem os dá com alegria (2 Coríntios 9.7).
Se não houver prazer dos convidados em celebrar ao Senhor, o dono da Festa, e presenteá-lo, então esta festa não é para o Senhor, mas para os próprios convidados. Às vezes os convidados têm uma relação tão rasa com o dono da festa que não sabem que presente dar, e só conseguem dar dinheiro (e muitas vezes somente pelo temor, e sem a alegria). Por não terem comunhão nenhuma com o Senhor, não sabem o que Ele precisa, não entendem o que Ele quer e não contribuem como poderiam.
3) Inclusão
Uma Festa para o Senhor jamais poderá ser visto como uma "panelinha", aonde um "grupinho especial" e auto-suficiente se auto-celebra. As orações da Casa do Senhor são para TODOS OS POVOS (Isaías 56.7).
Os presentes ali entregues (orações, dinheiro, bens, talentos, vidas) não se destinam simplesmente à manutenção desse grupinho, mas são instrumentos para o Senhor do Universo se fazer conhecido em toda a terra.
Os convidados são pessoas de todas as classes sociais, de todas as idades, de diversas origens e vivendo em diferentes situações espirituais. O dono da festa manda que seus servos vão às esquinas e convidem a todos que forem encontrados (Mateus 22.9).O s pobres, os cegos, os mancos e os aleijados que se encontram nas ruas e nos becos da cidade devem ser convidados (Lucas 14.21).
Não é para o Senhor uma festa aonde não há inclusão dos que padecem pelos desastres naturais ou pela incompetência política e social da nossa sociedade.
Somos chamados a fazer Festa. Não para nós, mas para o Senhor.Com Temor, Alegria e Inclusão. Que Ele mesmo nos ensine a fazer isto pelo menos três vezes por ano.
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