sexta-feira, 21 de março de 2014

Arrependimento (Jó 42.6)

devovional, contrição, pobres de espírito, arrependam-se, arrependei-vos
Devocional de 20/03/2014.

"Por isso menosprezo a mim mesmo e me arrependo no pó e na cinza” (Jó 42.6).

Depois da fala de Eliú, o próprio Deus falou com Jó e colocou cada coisa em seu lugar. Jó entendeu que o Senhor é Deus, e entendeu também que o ser humano não é nada. Jó entendeu que os planos de Deus não podem ser frustrados, reconheceu que falou demais e declarou que antes conhecia a Deus de ouvir falar, mas agora seus olhos o viram. Porém, a declaração que mudou a história de Jó foi outra: "menosprezo a mim mesmo e me arrependo no pó e na cinza".

Arrependimento: é isso que faltava para Jó. Desde o começo do livro, percebemos que Jó era íntegro, evitava o mal e até oferecia sacrifícios pelos pecados de seus filhos... mas nada se diz sobre a contrição de Jó em relação a seus próprios pecados.

Os amigos de Jó acabaram citando esta falha, mas foram muito cruéis e tentando lhe aplicar culpas que ele tinha, e por isso falharam. Jó não era mal. Ele não podia ser condenado por nenhum crime ou desvio ético em nada. Ele sem dúvida era melhor que qualquer um de nós. Mas e daí? Ele era perfeito? Não. Ainda que em pensamento, ele falhou em alguma coisa. Ainda que sem querer, ele deslizou em algum ponto, pois não era perfeito. Ainda que por omissão, ele cometeu alguma falha e poderia ter feito mais por sua geração. Jó não era Cristo, e portanto não era Deus. Jó tinha que se arrepender e clamar pelo perdão de Deus sobre sua vida.

Muitos de nós hoje erramos no mesmo ponto que Jó. Utilizamos outras pessoas como parâmetro e por isso nos contentamos com nosso jeito de ser. Mas os padrões de Deus são muito mais altos! Ele não permite que nos conformemos com o "não": "eu não mato, não roubo, não prejudico ninguém, não faço intrigas, não fumo, não cheiro, não adultero...". Deus espera mais de nós" Ele espera o nosso "sim". Pecamos quando não praticamos o bem que deveríamos (Tiago 4.17). Erramos ao não imitarmos Jesus como filhos amados (Efésios 5.1). Falhamos por não amar o Senhor com todo o coração, alma, força e entendimento. Falhamos por não amarmos uns aos outros como Ele nos amou.

Você e eu precisamos de arrependimento. Esta mensagem é dura porém verdadeira. Os apóstolos desde o início pregaram o arrependimento (Atos 3.19), assim como João Batista (Mateus 3.2) e o próprio Senhor Jesus (Marcos 6.12). Hoje porém um evangelho segundo Jó continua sendo pregado: um evangelho de justiça humana, sem arrependimento, sem entrega, sem o sangue de Cristo.

Somente o sangue de Jesus nos purifica de todo pecado e nos permite acesso ao Senhor. Só o reconhecimento de que não somos nada e Ele é tudo é capaz de nos justificar diante de Deus. As duas ordens mais claras que Jesus deixou para seus seguidores se lembrarem dele e se reconciliarem com Deus falam diretamente sobre o arrependimento humano: o batismo e a ceia. No batismo nos lembramos que temos que morrer para então ressuscitar com Cristo. Na ceia nos examinamos a nós mesmos e consideramos que Ele foi moído por nossas transgressões, e derramou seu sangue por nós, para que tivéssemos vida.

Seja bem-vindo, arrependimento! Se não nos considerarmos culpados e clamarmos pela compaixão de Deus, não o veremos nem o conheceremos. Arrepender-se significa menosprezar-se a si mesmo. Sem isto, não há paz, pois não há como ser aceito por Deus. Somente um coração quebrantado e contrito pode alcançar o favor do Senhor. Sejamos humildes e francos para viver todos os dias como pobres de espírito (Mateus 5.3), sabendo que somos miseráveis espiritualmente, e por isso precisamos dele mais do que de arroz e feijão, e que Ele nos livre de uma religiosidade farisaica, rica e auto-suficiente, onde o amor e o perdão de Deus não encontram lugar.

Graça e Paz!

blogdopastortulio.blogspot.com.br





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