sexta-feira, 7 de março de 2014

Restauração do Culto (2 Crônicas 30.13)

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Devocional de 07/03/2014.

"Uma imensa multidão reuniu-se em Jerusalém no segundo mês, para celebrar a festa dos pães sem fermento" (2 Crônicas 30.13).

A irresponsabilidade do rei Acaz fez com que a adoração ao Senhor em Jerusalém cessasse. Mas Deus levantou o rei Ezequias em seu lugar, e ele reabriu as portas do templo, reacendeu o fogo e convocou novamente os sacerdotes e levitas para trabalhar nas coisas santas. Ezequias restabeleceu o culto ao Senhor. E a despeito da zombaria de muitos, Ezequias fez algo inusitado: convocou todo o povo para celebrar a Festa da Páscoa no segundo mês, mesmo que a data adequada para isso seja o primeiro mês (Números 28,16).

Mesmo fora de época, uma imensa multidão, não somente de Judá e Benjamim, mas também do reino do norte, veio para a Festa e derrubou os altares pagãos que haviam sido erguidos. Não havendo tempo hábil para que cada adorador se santificasse individualmente conforme a lei, Ezequias promoveu uma consagração coletiva e orou pela purificação de todos, e Deus aceitou a oração e recebeu o louvor do povo (2 Crônicas 30.18).

A Festa foi celebrada com muita alegria e durou duas semanas ao invés de uma semana. Foi a melhor celebração em Jerusalém desde o tempo de Salomão. O culto a Deus voltou! O relacionamento entre o Senhor e seu povo foi restabelecido (2 Crônicas 30.26-27).

Nós também estamos vivendo um tempo em que é preciso restabelecer o culto a Deus. Embora os templos das igrejas estejam abertos, embora haja música, embora haja pregação da Palavra, embora haja multidões reunidas, às vezes parece que não há adoração, não há louvor, não há profecia, arrependimento e conversão, não há comunhão, e não há presença de Deus. Não são poucas as pessoas que adentram às reuniões dominicais dos evangélicos e dos católicos no Brasil mais preocupados em desfilar a nova roupa ou reencontrar alguns amigos do que verdadeiramente cultuar a Deus.

Às vezes se fala muito de oração, mas pouco se ora. E quando ora, é para pedir bênçãos individualizadas para o próprio estômago, sem discernimento de corpo, sem visão de comunidade, sem amor à nação. 

Às vezes se canta, mas não se sabe o que se está cantando. Não se percebe que o tempo de louvor não é um passatempo animado para dar tempo de todo mundo chegar, muito menos um entretenimento preparatório para o que virá depois ou a exibição de belos talentos musicais a serem admirados. É ali que se deve promover a comunhão entre o homem e Deus, despertando a gratidão, a honra ao Senhor, a contrição, a adoração de um povo perante Aquele que é digno de toda a gloria. Os ministros de louvor devem levar o povo a um encontro real e marcante com o Eterno.

Às vezes se dedica um tempo absurdo à justificativa bíblica da necessidade de se devolver o dízimo e de se ofertar, como se quem está ali já não o soubesse. Quem dera dedicássemos todo esse tempo à justificativa bíblica de nos amarmos uns aos outros...

Às vezes a maior parte da reunião não é uma Festa ao Senhor, mas um "festival" de avisos e reavisos e lembranças e dicas e oportunidades que além de quebrar o clima de quebrantamento que o período de louvor começou a trazer, quase que eliminam qualquer chance de se concentrar no que realmente é importante. Em tempos de twitter, instagram, whatsapp e facebook, torna-se quase impossível resistir e não acionar o smartphone para saber o resultado do jogo, a última notícia, o último post ou trocar um comentário com outro amigo...

Por tudo isso, às vezes o período dedicado à Palavra de Deus é minimo. Outras vezes ele nem e tão curto, mas não é dedicado à mensagem do Senhor. Lê-se um versiculo ou um pequeno trecho conhecido das Escrituras, e fala-se sobre o que se quer falar, usando-se o texto como fundamento, ao invés de se buscar no texto aquilo que Deus quer ensinar. Outras vezes articula-se daí uma palestra motivacional, um discurso de clichês ou até um stand-up comedy engraçadinho... 

Precisamos restaurar o culto ao Senhor, como Ezequias fez: fazer novamente do templo um lugar de reverência e oração; fazer novamente do púlpito um lugar de gente preparada e santificada; fazer novamente da porta e dos instrumentos um lugar de levitas santificados; fazer novamente das reuniões verdadeias Festas ao Senhor - celebrações da Festa da Páscoa (libertação da escravidão, morte e ressurreição de Cristo); da Festa de Pentecostes (colheita da alegria, unção do Espírito Santo) e da Festa de Tabernáculos (presença de Deus entre o povo, amor e cuidado do Pai).

É tempo de reunirmos novamente uma imensa multidão sedenta por Deus para celebrar a Ele sem fermento, sem hipocrisia, sem falsidade. É tempo de converter o coração, a mente e a liturgia ao Senhor, ao invés de mantê-los focados em nós. É tempo de restauração do culto, transformação da igreja de Jesus na terra.

Graça e Paz!

blogdopastortulio.blogspot.com.br 



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